sábado, 20 de junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Quase sombra

Dormi com a noite macia. Reflexos desconexos. Depois acordei. Ainda me lembro daquele dia. Eu ali parada quase sombra. Uma brisa de presença. Me peguei em outras eras. Me lembrei de vocês na vida de ontem. O toque , o cheiro , o sorriso e em mim uma lástima. Faço carinho no que me lembro e aperto o pensamento assim pra matar o desasossego. Na rua o presente segue. Um brejo sem tejo. Um cheiro invulgar. O raro do que se passa. E uma lembrança. Dormi com a noite ainda macia. Reflexos e o desconexo

Parece que venho te visitar depois de longos anos sombrios

Me diz o que a sua alma carrega de mais sublime. O que se oculta por trás do que não vês? Qual a cor de sua dor infinita? Mas só enquanto dorme. Reproduz em quadro a leve brisa que te fez corar e chorar. Sente a cor dessa manhã bege. Bege.Orvalhada.´Mas só na entrada. A entrada onde me encontro. Ou ponte? Que me convida com seu calor. Colo de mãe. Me deita no seu peito quente e eterno. Breve brisa de uma fagulha. Fadiga. História em linha porém vivida. Me diz o que se oculta mas por trás do seu ouvido. Talvez seu pensamento mais pueril. Talvez um grito.Um grito selado quando ainda não falavas. Me diz o que te desperta ou desperta seu ser nas manhãs calmas e nas tardes de outono. Desérta do seu sono de menina. Guardada , vigiada . Plena. Chora a mãe perdida. Acalenta a dor no colo da filha. Pequeno colo da cria. A linha A linha do tempo O que me importa além de ter alma? Por onde andou todo esse tempo? Caminhando perdida. Por onde andou leve passagem de vida ferida? O que querer além da redenção? Como um afagão do vento Velho senhor impávido em seu Castelo de dura prata. Parece que venho de tempos perdidos. Parece que venho te visitar depois de longos anos sombrios. O que nos separa além de? ou além dessa? Não adianta querer andar por aí , minha cria. Essa água não é sua. Por onde respira essa minha alma fria? Minha doce cria. Já não te aguento de tão leve. Borra sua mancha de diva. Diva. Por aqui jaz o que traz um dia a brisa. Vida noutro o pão. Um tostão. Farelos da tua solidão. Quem sabe um perdão. Desanca aqui tua dor. Eu tento dar torpor. Como um freio numa cachoeira que só jorra.Jorra.Jorra. A água fria. Ah , já não tenho mais tempo para vislumbrar a cor. Ah sim , isso eu já conheço! Era só um tropeço. Bela é essa sua dor. Essa ai que carregas no teu ombro esquerdo. Pequena e trêmula dor. Ah é ali onde você não sabe. Ali na imensidão da dúvida. é ali que tudo cabe.